Degustando Cachaça com Arte - Música

bittenrenato • jun. 02, 2020

A degustação de uma cachaça proporciona uma experiência sensorial completa.

Durante o processo de degustação, todos os sentidos são estimulados. São os sentidos que possibilitam que além de reconhecermos um destilado, possamos criar memórias sobre ele, sentimentos, lembranças, afetos.


Antes de abordar a relação Cachaça e Arte, vamos falar brevemente sobre como os sentidos, inclusive o da audição, funcionam em uma degustação.


O Tato

Ao tocar a garrafa, a textura do rótulo, da taça, o tato está sendo estimulado na degustação da cachaça. O estímulo desse sentido nos permite uma apropriação do que temos em mãos e nos liga diretamente ao objeto, fazendo com que ele se torne algo mais do que uma simples garrafa ou uma simples taça. É a nossa taça, a nossa garrafa, o nosso gosto. Isso faz do Tato um sentido que contribui de uma forma muito rica na experiência de degustação.


O Olfato 

Ao apreciar a cachaça é comum levá-la até o nariz para sentir suas notas, que podem ser doces, amadeiradas, florais, herbáceas. Isso nos permite identificar a personalidade da bebida. 

Na degustação de uma cachaça o olfato também funciona produzindo ou ativando memórias e sensações, entre elas a memória afetiva, que nos transporta para outro tempo. Portanto podemos afirmar que a degustação de uma cachaça tem esse poder de nos fazer viajar nos anos, sem sair do lugar.


O Paladar

Ao levar a cachaça à boca, todas as papilas gustativas são estimuladas e a experiência se torna mais complexa. É através do paladar que identificamos o gosto daquilo que estamos apreciando. E é de estimular e educar o paladar que vamos ampliando repertório para reconhecer notas e sabores das mais variadas cachaças.


A visão

Durante uma degustação, ao observarmos a cachaça, podemos identificar sua coloração, cristalinidade e untuosidade. E através dessa análise, compreender um pouco mais sobre sua qualidade e complexidade.

Além disso, todos os outros estímulos visuais que presenciamos ao redor enquanto degustamos a cachaça influenciam em nossa percepção sobre ela, nos permitindo registrar uma memória, um momento.

Beber cachaça assistindo um filme, beber cachaça vendo o mar, vendo um show ou até mesmo ao rever aquele amigo ou amiga no bar: cada experiência sensorial visual ligada à cachaça oferecerá aquele ou aquela que a degusta, uma percepção diferente, um momento diferente. Por isso, a importância de buscar estímulos agradáveis enquanto degustamos a bebida.


A audição

A audição é um dos sentidos mais subestimados em uma degustação. Afinal, é possível estimular o sentido do tato, do olfato, da visão e do paladar ao tocar, cheirar, ver, provar a cachaça mas como estimular o sentido da audição em uma degustação?

Foi buscando responder essa questão que passamos a prestar atenção nas possibilidades de harmonizar a cachaça com um som. E foi daí que surgiu a ideia de harmonizar a cachaça com música.


Por isso nesse primeiro post da série Degustando a Cachaça com Arte, vamos listar alguns músicos que harmonizam com nossas cachaças.


Gostou?

Então liga o som, prepara a taça e vem com a gente nesse embalo!


Tom Jobim harmoniza com Antonieta Amburana

Jobim tem um trabalho harmônico, doce, de voz aveludada, que harmoniza com nossa Antonieta Amburana.

Para degustar ouvindo "Só Danço o Samba”.

Vinicius de Moraes harmoniza com Cachaça Antonieta Jequitibá

Vinicius tem um trabalho suave, com uma leve picância e complexidade, assim como nossa Antonieta Jequitibá. 

Para degustar ouvindo “Samba da Benção”.

Elza Soares harmoniza com Cachaça Antonieta Pura

Elza tem um trabalho forte, cheio de personalidade, assim como a Antonieta Pura.

Para ouvir degustando “Espumas ao Vento”.

Esperamos que tenham gostado.

Não esqueçam de curtir e compartilhar com os amigos e amigas apaixonados (as) por uma boa degustação.


Foto de Ipanema - Rio de Janeiro por H4G2

https://www.flickr.com/photos/hgr-/6984753456/





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Por Karine Padilha 04 fev., 2021
Em 1962 o Brasil vencia a copa do mundo FIFA de Futebol, o filme O pagador de Promessa do brasileiro Anselmo Duarte ganhava o Palma de Ouro em Cannes, e a Bossa Nova era apresentada aos americanos em NY em um show de João Gilberto, Tom Jobim e Carlos Lira. Apesar da inflação e da crise socioeconômica que antecedia a ditadura militar de 64, a arte não só prevaleceu como também conseguiu extrair beleza da realidade e dar esperança àqueles que encontravam acolhimento nela. Hoje, 58 anos após esse período e em meio a uma epidemia, continuamos encontrando na arte uma espécie de refúgio. É o caso do escritor Zack Magiezi, autor dos livros Para o Amor que Vai Chegar, Notas Sobre Ela e Estranheirismos, que em meio as adversidades causadas pela pandemia descobriu na arte um novo lugar para existir. “O que eu mais senti durante o isolamento foi o fato de perder a rotina. Toda quinta feira eu costumava ir ao cinema e ver um filme, toda terça feira ia a livraria e assim por diante. Quando isso, e até mesmo as outras coisas mais básicas do dia a dia, foram subtraídas eu me senti muito afetado. Eu procurei na arte uma forma de passar por esse momento. A arte se tornou um universo paralelo, um lugar para existir. Mergulhei nos livros, nos filmes. Conheci novos artistas, novos autores, pintores, novas ideias, um novo mundo, e tenho buscado nesse novo mundo inspiração para as minhas produções” diz o artista. O isolamento social nos convidou a fazer o movimento de voltar a atenção para dentro e pensar em formas criativas de solucionar problemas e transformar a rotina. Nesse processo a arte sempre esteve presente, embora muitas vezes sua presença tenha sido negligenciada. Durante o isolamento social fomos introduzidos como nunca ao universo digital e tivemos acesso a iniciativas artísticas como os filmes e séries, transmissões de orquestras, apresentações musicais, e até mesmo a um espaço livre para expressar ideias e emoções experimentadas nesse período. Tudo isso nos inspirou e nos possibilitou experimentar a vida de um outro jeito. Também foi nesse contexto experimental, em meio ao COVID 19, que surgiu o CAM - Covid Art Museum - um museu de arte digital que explora a percepção artística que os internautas tem sobre a pandemia. O CAM é alimentado por pessoas de todo o mundo, através da hashtag #CovidArtMuseum e recebe obras que vão da fotografia a instalações, passando por ilustrações e esculturas. As postagens vão além da simples divulgação de arte e, certos trabalhos, instigam o internauta com questionamentos sobre as consequências de um longo período como esse. Lembrando que para ver as obras do museu você não precisa se deslocar espacialmente, basta digitar a hashtag e você tem acesso a todas as criações de onde você estiver. Para acompanhar, siga no instagram: https://www.instagram.com/covidartmuseum/?utm_source=ig_embed
Por bittenrenato 20 jun., 2020
Dando continuidade à série Degustando Cachaça com Arte, trouxemos algumas dicas de harmonização da cachaça com literatura. A literatura, assim como uma boa bebida, tem o poder de nos transportar para vários lugares. Dessa forma, ler e degustar cachaça podem proporcionar experiências sensoriais e afetivas riquíssimas ou até mesmo reviver memórias há muito esquecidas. Curiosidade: Um estudo feito pela Universidade de Graz, na Áustria demonstra que o álcool, quando ingerido com moderação tende estimular a criatividade. Nesse caso, degustar uma dose de Cachaça ao ler pode aguçar sua imaginação.  Segue nossa sugestão de harmonização de Cachaça com Literatura: O Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa - Para ler degustando Antonieta Amburana Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros em Lisboa, inicia o Livro do Desassossego, uma leitura que deve ser feita sem pressa e sem necessidade de ordem específica, a gosto de quem lê, com inúmeras pausas para reflexões e para perceber as inquietações nele contidas. O Livro do Desassossego é um relato de tudo que se vive e percebe-se com e sem a consciência, deixando à mostra toda genialidade de Pessoa enquanto um de seus mais de 70 heterônimos. A Hora da Estrela, de Clarice Lispector - Para ler degustando Antonieta Jequitibá O livro conta a história da nordestina Macabéa, mulher feia e alienada, que se muda para o Rio após perder sua tia. Ela trabalha como datilógrafa e passa suas horas livres ouvindo a Rádio Relógio. Logo ela se apaixona por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que a trai com sua colega de trabalho. E é depois de receber um conselho da própria 'colega' que Macabéa resolve ir a uma cartomante, e em pouco tempo verá sua hora da estrela chegar. Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo - Para ler degustando Antonieta Pura "Noite na Taverna", publicado em 1855, é uma autêntica representante da escola Byroniana do Romantismo no Brasil. Escrita por Álvares de Azevedo, trata-se de uma obra repleta de fantasia e composta por cinco personagens que se reúnem em uma taverna e compartilham entre si histórias macabras enquanto bebem. Gostou das nossas sugestões? Já pensou em qual livro da sua estante você harmonizaria com a sua cachaça? Aproveite esse momento para se inspirar e e compartilhe com os amigos e amigas apaixonados (as) por literatura e uma boa harmonização. Foto: Karine Padilha
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